LIBERDADE SIDERAL-Episódio 2

Dia 12 de Abril de 2222, data terrestre. Gaio acordou as 6 da manhã, rotações terrestres. Sabia que tudo iria mudar, mas enquanto pudesse controlar a situação e se preocupar com o mínimo possível, deixaria para mudar seu fuso horário só depois da mudança. 
Milhões de coisas passavam pela sua cabeça. Se não arranjasse uma solução iria esbarrar no planeta que deveria salvá-los. E agora só tinha 24 horas.
Olhou para sua esposa ao lado, dormindo como se nada estivesse acontecendo. Parte dele queria somente se virar para o lado dela, abraçá-la e continuar dormindo. Mas o perigo era grande demais e a inação iria ser mortal. Virou-se no sentido contrário, levantou-se, vestiu um calção de exercícios, calçou um tênis e foi para a academia de musculação da nave. Não ficava muito longe do seu quarto. Também não vestiu camisa. Ao contrário do que se viam nos lindos filmes de ficção científica, ali na nave, estando somente eles em família, isolados do resto da humanidade,  na maior parte do tempo andavam apenas com roupas íntimas, ou pijamas confortáveis. Gaio costumava usar apenas o calção dos pijamas. 
Mas para se exercitar precisava de algo mais firme para segurar suas bolas e de um tênis que absorvesse bem os impactos quando estivesse fazendo esteira.

Cerca de vinte minutos depois, estava levantando peso. Não se preocupava em pegar peso demais, mas em colocar toda força que tinha no movimento e nos músculos com a carga que pudesse suportar. Para Gaio, era sua primeira forma de relaxamento e de fuga. 
Estava trabalhando peito, em uma antiga máquina de supino reto vertical. Respirou fundo, e fez o movimento de força, soltando ar e toda força que tinha, rosnando de raiva. Lembrando dos problemas que não sabia resolver. Ao invés de sair quebrando tudo, de tentar enforcar alguém, ele colocava sua força ali, sua saída, sua válvula de escape.
Houveram momentos em que ele ficava quebrado, sentindo dores. Mas depois de alguns anos, ele aprendera a fazer as posições corretas, a respiração certa, os cuidados com a coluna. E após as sessões de exercícios ele se sentia novo, jovem e disposto, apesar dos seu meio século de existência.
Depois de completar todas as series de musculação e corrida do dia, voltou para seu habitat na nave, tomou um banho e se sentiu novo de novo. O habitat consistia num amplo e confortável quarto, com um banheiro bem luxuoso. Podia ter isso visto que toda a tripulação da nave consistia apenas na sua família de três pessoas. Ele, sua esposa e seu filho de 20 anos.
Sentia-se relaxado, mas sua cabeça ainda girava um pouco com tantas possibilidades de falha e da morte de todos ali. Era a hora de passar para a segunda fase de reestruturação de suas energias.

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